
Série Arcada
canino
I
mordedura revelada
sem ater-se à presa
ou à agonia
do olho dilacerado
quatro lâminas a se tocar
nas pontas afiadas saboreia
a devoção ao sangue
refestelada na língua
entrega-se aos recortes
miúdos e quase mudos
à dor alheia
à liberdade entre os dentes
e ao nocauteado resta a lona
os caninos cravados
na nervura da carne
do confete rubro no chão.
3 comentários:
O blog é belo, poesia e poesia, digo, fotografia!!
Querida Larissa!
Seu Blog é lindo e seu conteúdo melhor ainda. Magnífico. Adorei essa poesia. É bem reflexiva, mas bela!
Um beijão e meus parabéns!
Poeta Cigano.
grata aos queridos leitores, e essa minha parceria com Esselin muito me acrescenta!
beijos!
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